domingo, 6 de dezembro de 2009

Meu Carro

Andava lentamente…
― Bibi! Anda logo, Thaís!
O sinal estava fechado. Ela não via? Mamãe já havia ensinado: sinal vermelho é para parar. No verde a gente anda e o amarelo eu nunca entendi direito. Não importa, nosso sinal só tinha vermelho e verde.
Verde. Pedalei o mais rápido possível!
― Thaís, não vá fazer curvas muito rápidas! Risca o chão e estraga os móveis.
― Carta para Thaís Lopes no próximo sinal à direita.
Sala. Sala de jantar, cozinha. Cachorro! Desviei no último segundo... Coração disparado. Meu quarto. O farol à direita. Fui até um envelope grudado na parede. Gordinho, esperava por mim.


Para Thaís Lopes,
Te amo muito!
Ass.: Mamãe




Lia a carta enquanto ensaiava o sentimento e as expressões de minha mãe quando estava atrasada. E ela sempre estava... Sem reduzir a velocidade, eu desviava de tudo e todos. Mesmo com muita pressa, respeitava todos os sinais vermelhos, aproveitando para retocar o batom a cada parada.
A gasolina era pouca. Aproveitei para abastecer no posto da mamãe. Ela estava no banheiro se maquiando, então resolvi escrever um bilhete para minha irmã. Ela me ultrapassara algumas vezes...


Para Paula Lopes,
MULTA!
Eu vi você passar no sinal vermelho!
Ass.: Guarda




Mamãe me viu e disse que estava atrasada. Deixei o bilhete da Paula em um envelope pela rua... Fui passear sem gasolina mesmo.

Thaís dê V Lopés
19/05/09

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