domingo, 6 de dezembro de 2009

Novos Assassinos

Você me faz sentir o que nunca ninguém conseguiu. Tirou minha máscara. Arrancou sem pensar duas vezes. Foram seus olhos, Assassinos!
Amor e ódio, o casal mais bonito. Odeio teus olhos, tua boca, tuas mãos...
Guardaria-os para sempre.
Fecho os olhos, você nua, minha. Abro: Distância. Minha musa. Sua máscara é linda, perfeita, fria, maligna, eterna, mentirosa, Assassina. Me engole, me mata.
Sonho em ver teu rosto nu.
Você se aproximou de mim; tirou-me os sapatos. Pés no chão, encarei a realidade, paixão.
Uma segunda vez, descobriu-me as mãos... Escrevo para ti... deixo-me representar por palavras.
Aproximei-me de ti, arrancou-me o chapéu. Nasce a razão. Fomos separadas em nosso encontro mais próximo.
Então, penso em ti... Minhas mãos, que já são tuas, rasgam-me a blusa. O coração exposto... Pouco tempo de vida bem vivida lhe resta. És luz, e queimas.
Numa tentativa, me presenteia com uma caixinha de prazer, consolo.
Deixou-me tocar teus cabelos uma última vez, despedir-me calorosamente de tuas mãos... Tirou as lentes para que eu pudesse olhar para meus Assassinos com ar de última vez.
Permiti que tocasses o botão. Olhou para mim, esperou consentimento. Prosseguiu... Com tuas mãos, que nunca foram minhas.
Senti minha fantasia perder-se por completo. Não poderia vesti-la novamente. Pensei em fazê-lo, com a cabeça que já é tua. Senti que deveria agir, com o coração que roubaste. Tentei erguer minhas vestes, com as mãos que já não me pertenciam... Fiquei imóvel, testemunha da revelação que mais temia; e que fizestes sorrindo, linda.
Revelastes que não tenho sexo.
Ando nua para você... Brinco de te chamar de minha. Mas só. A brincadeira esfria à medida que amadureço.
Meu corpo nu vira, então, fantasia. Acoberta um outro “eu”, que, pela experiência, aprendeu a ser despido.
Aguarda, pacientemente por novo par de Assassinos.

Thaís dê V Lopés

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