És mãe de um poeta a quem deu a luz já com morte prevista. Negou-lhe um nome. Mata o próprio filho sem repensar o ato. Justa, preserva teu fruto do pranto consciente, mata-o ainda sem cor. Mata-o sem o poder de reconhecer a si mesmo.
Se lhe parece aterradora a idéia de nascer com vida limitada, destituído do prazer de sonhar a imortalidade... Digo-lhe que não há algo mais maravilhoso. Vivi intensamente, sendo induzido a isso.
Cruel, mata em morte sofrida o que plantou com as próprias mãos. Extingue-lhe a razão, restando apenas o coração, o qual levarás como amuleto... Como previsto.
Peço-lhe apenas que o preserve como farei o absurdo de conservar, com carinho, o vazio. Será minha última lembrança. Será meu consolo, se não me souberes consolar.
Apresente-me, sem formalidade, a um de seus sorrisos... Que seja tão largo quando minha pequenez possa interpretar.
Se não fores mãe, és Deusa. Dá e tira-me vida em divertimento. É algo imutável, a meu ver, e, portanto desprezível.
Amamos-nos de qualquer maneira. Pequeno que sou, amei-te como pude, como soube...
Thaís dê V Lopés 27/09/2008
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