domingo, 6 de dezembro de 2009

Sem Brisa

Presenteou-me com o inédito. Dono de suavidade sem brisa... Pude tocar tua risada mais crível; a que ouço ser a mais mentirosa. Tua imagem me isolou, congelou. Só... Indo e vindo... Sem destino, guiada pela intenção. Por um fim que me é misterioso.
Penso, então, ser senhora da alma, que viaja... Viaja a sonhar seu atual cenário. Prazer no ir e vir em rédeas curtas.
O paladar morre, então não ouço! Distância me destitui o tato, choro por viver sem teu cheiro. Mas por que vejo? Castigo!
Confundo-me com o nada. Pensamentos só dialogam contigo, figura, por minhas infantis janelas. As portas que, insistentemente, esqueço entreabertas. Aceito, enfim, minha condição. Limitada estou por ganhar o honroso título de Sua Observadora. Admirá-lo, na teoria, seria impraticável.
Camisa, risadas, olhar, botões, barba, jeito cotidiano, alegria boba, cabelos curtos e gestos pequenos. Eis um retrato teu, obra de meus olhos crus.
Em manuseio das idéias, ganha nova face, a mais antiga. A camisa seria brisa por si só, o teu suave. As risadas, a ponte até a menor de minhas versões. O olhar, uma porta milagrosamente fechada; contemplável apenas. Botões são a guerra entre o desejo e a paciência. O proibido. A barba seria uma tentativa; salto maior que as pernas. Emoldura a pior de tuas quedas! Jeito cotidiano é a verdade que luto em converter à mentira, a mais charmosa delas. Da alegria boba, finjo ignorar a graça. Cabelos curtos e gestos pequenos são o exemplo de maior contenção. Por quê não deixas que tua pele transpire sentimentos?
Temo que tenhas me retratado também. Temo que meus olhos, no centro da caprichosa moldura que criaste, sejam teus!

Thaís dê V Lopés
05/11/08

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